Do Correio Braziliense, com Redação

A modelo e atriz britânica Porsche McGregor-Sims, de 27 anos, morreu em 14 de abril de 2020, um dia após o diagnóstico do câncer de colo de útero – também conhecido como câncer cervical, considerado o quarto mais comum em mulheres de todo o mundo. A causa da morte foi relevada somente agora pela família, que aponta a suspeita de negligência médica no caso.

De acordo com o jornal de New York Post, os especialistas inicialmente consideraram os sintomas da atriz apenas como problemas psicológicos ou “distúrbio hormonal”. A mãe da atriz, Fiona Hawke, chegou a dizer que o médico não fez a coisa mais básica com a filha dela, que era um exame interno baseado nos sintomas que ela estava sentindo. “Isso não faz sentido para mim”, disse ela.

Porshe morreu no Hospital Rainha Alexandra, na cidade de Portsmouth, no Reino Unido.  Além da mãe, a atriz e modelo, que que também atuava como planejadora de eventos, deixou o noivo, Mark Chappel, e seu irmão gêmeo Deucalion.

Em 2018, segundo dados a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 570 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e destas, 311 mil morreram em decorrência da doença. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres brasileiras. Em 2019, foram registradas 6.596 mortes decorrente da doença.

Dores abdominais e sangramentos quatro meses antes

De acordo com a família, Porsche começou a sentir dores abdominais e a ter sangramentos em dezembro de 2019. No mês seguinte, ela teria ido a um ginecologista para lidar com as dores, mas seus sintomas foram ignorados pelos médicos. Em março de 2020, ainda no começo da pandemia do coronavírus, Porsche apresentou sintomas da doença como falta de ar e o médico da família recomendou uma série de antibióticos para o tratamento.

Enquanto os sintomas progrediam, os médicos suspeitavam mais ainda de um diagnóstico de covid diante do agravamento do quadro respiratório. Na época, o médico Peter Schlesinger alegou que não seria necessário investigar a fundo os sintomas porque Porsche tinha parado de tomar injeções anticoncepcionais e seu corpo poderia estar em choque pela falta de hormônio. Ele disse também que exames mais extensos não trariam benefícios na idade dela. Schlesinger explicou as razões de não ter realizado um exame físico completo.

“Um teste de Papanicolau padrão ou agendamento de uma tomografia computadorizada também levaria mais tempo, especialmente durante a temporada de férias e exames físicos completos não são tão comuns nos dias de hoje”, disse. “Se alguém estivesse na sala comigo, provavelmente teria feito [mais]. Mas estamos todos aqui hoje com o benefício de uma retrospectiva”, ele completou.
De acordo com o Inca, a doença tem desenvolvimento lento e pode não apresentar sintomas em fase inicial. No entanto, nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

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