De acordo com o Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde em dezembro do ano passado, de 1980 a junho de 2020, foram identificados 1.011.617 casos de Aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos.

O número anual de notificações da doença vem diminuindo desde 2013, quando se observaram 43.368 casos; em 2019 foram registrados 37.308 casos. Os dados podem mascarar um problema mais grave: a subnotificação da doença. Atualmente, cerca de 84% das pessoas vivendo com HIV sabem que são soropositivas. Dessas, 87% têm acesso ao tratamento e aproximadamente 90% alcançam uma diminuição na carga viral.

Por isso, este Dezembro Vermelho, que marca o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1/12), se torna ainda mais relevante para a conscientização sobre a prevenção da doença. O diagnóstico tardio ainda é um problema no combate à epidemia do HIV, que já dura 40 anos, pois permite a continuidade da cadeia de transmissão do vírus. Devido aos avanços no tratamento, os portadores do vírus HIV podem ter uma vida longeva e normal e, para isso, é fundamental ter conhecimento da sua condição sorológica por meio da testagem diagnóstica.

A infecção pelo HIV só pode ser confirmada 30 dias depois da exposição ao vírus – seja ela por relação sexual desprotegida, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas contaminadas ou demais formas de transmissão do HIV. Esse período é o tempo que o organismo precisa para produzir anticorpos em níveis que o teste consiga detectar (janela imunológica).

Se o resultado for negativo, a recomendação é que o teste seja repetido 30 dias depois do primeiro teste e outra vez após outros 30 até completar 120 dias da primeira exposição. E, caso seja positivo, a recomendação é procurar um médico ou unidade de saúde para a realização de mais exames e acompanhamento especializado.

Neste contexto, especialistas chamam a atenção para a importância da autotestagem, que veio para auxiliar pessoas com suspeita de infecção pelo HIV que, de outra forma, não se submeteriam a testagem em instituições de saúde como laboratórios ou centros de referência. Já estão disponíveis nas farmácias brasileiras alguns autotestes de HIV, que prometem detectar de forma simples, rápida e segura os anticorpos contra HIV-1/2 por punção digital.

Autoteste para diagnóstico do HIV chega às farmácias

Um dos lançamentos recentes é o Sure Check® HIV, da Chembio Diagnostics Brazil, uma ferramenta de triagem sorológica, concebida para ampliar o acesso à testagem do vírus com maior privacidade. O autoteste, que promete sensibilidade e efetividade de 99,9%, funciona com a coleta de uma pequena amostra de sangue (2,5uL microlitros), o menor volume de amostra no mundo.

Outra inovação, segundo o laboratório, é que o sangue é colhido diretamente no dispositivo, o que torna o produto muito mais simples para o usuário e menos propenso a erros. O resultado aparece na forma de linhas que indicam se há ou não presença de anticorpos para o vírus HIV. A presença dos anticorpos mostra que a pessoa foi exposta ao vírus causador da aids. O resultado leva 15 minutos para ficar pronto.

Caso o consumidor tenha qualquer dúvida antes ou depois de fazer o teste, o número 0800-887-1589 está disponível para auxiliar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Segundo a fabricante, o Sure Check® HIV já é comercializado mundialmente e nas farmácias das principais cidades brasileiras, e está presente em ações estratégicas de combate ao HIV junto ao Global Fund. Aprovado pela Anvisa e com marcação CE, o produto também é pré-qualificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Monitoramento é importante após a infecção

Para Carlos Aita, médico patologista clínico do laboratório DB Diagnósticos, a campanha Dezembro Vermelho é importante para colocar em prática as ações emergenciais para minimizar e/ou erradicar a doença o quanto antes.

Além do autotestagem, fundamental também para a prevenção, outra inovação no controle e tratamento são os exames para o diagnóstico e monitoramento da infecção. O acompanhamento por meio da carga viral mede a eficácia do tratamento e auxilia na decisão de qual antirretroviral pode ser utilizado pelo paciente. Para , o paciente que realiza um monitoramento da doença ganha qualidade de vida.

“Por meio de teste de quantificação PCR, é possível apontar qual a carga viral da infecção pelo HIV. Além disso, existe outro exame que detecta a resistência aos antirretrovirais pelos pacientes. Isso possibilita uma melhor orientação para o tratamento e a seleção de terapia de resgate nos casos em que existe falha terapêutica contra a evolução da doença”, explica.

Na indicação da terapêutica antirretroviral, Aita aponta outro exame associado à progressão da doença que é a alteração do tropismo do HIV, ou seja, a capacidade do vírus de penetrar e infectar células específicas do hospedeiro através da ligação de correceptores tais como CCR5 ou CXCR4. Esse tipo de teste é importante na decisão do uso de antirretrovirais conhecidos como antagonistas CCR5, que inibem a entrada do HIV em células específicas do organismo.

“As perspectivas no tratamento tem evoluído bastante. O acompanhamento da doença feito por meio de exames, permite um direcionamento correto para o uso dos medicamentos, possibilitando desse modo que a pessoa soropositiva possa levar uma vida muito mais próxima ao normal hoje em dia”, finaliza.

Com Assessorias

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