Por Andrea Ladislau*

Engana-se quem pensa que a TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – atinge apenas crianças. Na realidade, as manifestações começam na infância, mas se não forem identificadas e tratadas, podem transportar este tipo de patologia para a vida adulta do ser humano. É o que mostram alguns estudos sobre o tema: em torno de 60% das crianças com TDAH ingressam na fase adulta apresentando alguns sintomas do distúrbio.

O excesso de atividades e a urgência da vida, em que a grande maioria das pessoas, sejam adultos ou crianças, demonstram uma necessidade de fazer tudo ao mesmo tempo e agora, estimula comportamentos sociais desajustados, que, de certa forma, auxilia no agravamento de casos de TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Um transtorno que causa diversas reações incômodas e características que atingem inúmeras pessoas ao redor do mundo, e que estão aumentando, conforme pesquisas.

E o que é esse transtorno? Como podemos identificar a presença dos sintomas em adultos? E o que pode ser feito para controlar a presença do TDAH? Esse é um tipo de transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e, frequentemente, acompanha o indivíduo por toda sua vida. Para fechar o diagnóstico de TDAH em adultos, é necessário avaliar a presença do transtorno na infância do indivíduo e classificar os sintomas apresentados.

Portanto, não são só as crianças que podem ser diagnosticadas com o transtorno, os adultos também sofrem desta patologia. No entanto, a identificação não é tão fácil, pois os sintomas se confundem com outros diagnósticos. Mas ganham destaque situações marcadas pela desatenção, inquietude e impulsividade – fatores determinantes para o fechamento do quadro.

E como se dá a manifestação do distúrbio em um adulto? Normalmente, o adulto com TDAH costuma ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia, além de sofrer muitos impeditivos subjetivos para concluir o que começa, encerrar com êxito suas ações.

É normal que este adulto deixe trabalhos pela metade, interrompa no meio o que está fazendo e comece outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele. Ou seja, não existe finalização para o que se inicia. Atitudes típicas de quem sofre com a evidência deste problema – tão comum hoje em tempos corridos e urgentes.

Um adulto diagnosticado com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, em muitos casos, pode demonstrar muita irritabilidade e insatisfação constante, pois está sempre muito agitado e descontente com tudo. Ou seja, nada agrada, vive uma insatisfação generalizada e contínua.

A maior dificuldade é entender os seus próprios desejos, expressá-los e nomear sentimentos e emoções. Além disso, esse indivíduo sofre com alguns efeitos colaterais importantes para a identificação do problema, como insônia severa; gastrites intensas; nervosismo frequente; diminuição do apetite e cefaleias constantes e cada vez mais fortes.

Os principais sinais do TDAH na vida adulta

É muito importante estar atento aos sinais para conseguir classificar corretamente o transtorno e tomar as medidas adequadas para garantir o sucesso na busca do equilíbrio da mente e do corpo, reduzindo assim, a manifestação tão dolorosa desse distúrbio.

Os principais sinais de que um adulto possa estar vivendo uma atmosfera tocada pelo TDAH são:

  • instabilidade profissional;
  • rendimento abaixo da capacidade intelectual;
  • falta de foco e atenção;
  • dificuldade de seguir rotinas;
  • desorganização;
  • dificuldade de planejamento e execução das tarefas propostas;
  • procrastinação;
  • ansiedade diante das tarefas não estimulantes;
  • dificuldade nos relacionamentos;
  • relacionamentos instáveis;
  • frequente alteração de humor;
  • frequentes esquecimentos com perdas e descuidos para datas e reuniões importantes;
  • dificuldades para expressar suas ideias e colocar em prática o que está pensando;
  • dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar – fala muito e ouve pouco;
  • frequente busca por novas coisas que o estimulem – não estão satisfeitos com nada;
  • intolerância a situações monótonas e repetitivas.

O  que fazer para controlar o transtorno

A melhor maneira de controle do transtorno é provocando a presença fiel da tolerância à frustração. Isso fará com que sejam minimizados os efeitos nocivos da ansiedade, auxiliando o autocontrole físico e emocional de quem sofre com essa patologia.

O desequilíbrio físico e mental provocado pelo TDAH pode ser controlado e monitorado através da terapia. Com a ajuda de um profissional de saúde mental adequado, o trabalho da psicoterapia consiste em construir nesse adulto uma relação mais saudável e equilibrada na execução das atividades, assim como uma melhor compreensão de suas emoções e a redução das cobranças inconscientes.

O trabalho psicoterápico é essencial para o equilíbrio mental do indivíduo. Porém, além de todo esse trabalho psicoterápico, essencial para o equilíbrio mental do indivíduo, não podemos deixar de destacar outras ações que podem auxiliar no controle deste processo, objetivando a eliminação da sensação angustiante provocada pelo TDAH.

Algumas dicas podem ser seguidas por qualquer um, por exemplo:

  • Aprenda a criar horários regulares de produtividade, de refeições, de atividades físicas e de descanso;
  • Organize cronogramas em relação às suas obrigações, projetos e lazer;
  • Crie o hábito em ter uma agenda onde você anote, antecipadamente, os compromissos do dia seguinte e verifique tudo pela manhã antes de iniciar seu dia – Isso ajudará a se sentir produtivo e organizado;
  • Tenha sempre a mão algo para fazer lembretes ou anotações;
  • Realize atividades físicas que ajudem na desaceleração do corpo e da mente e
  • Desenvolva atividades e rotinas que auxiliem na reeducação da respiração.

Com a saúde mental não se brinca

Diante de todo o exposto, concluímos que a presença do TDAH na fase adulta é muito séria e pode trazer sérios danos à saúde mental, assim como suscitar prejuízos na construção da personalidade do ser humano.

Tudo isso porque, além de todos os estragos aqui apresentados, o distúrbio gera instabilidade profissional, desorganização, rendimentos abaixo da capacidade intelectual do afetado, dificuldade nos relacionamentos e agravamento dos casos de ansiedade, depressão, alterações de humor e bipolaridades.

Enfim, com a saúde não se brinca. Ao menor sinal de que uma criança possa estar sofrendo deste transtorno, busque ajuda profissional e controle a ação da patologia, para que não aconteça o transporte do TDAH para a vida adulta. Se tratado no tempo correto, o distúrbio pode ser eliminado e os prejuízos, amenizados, favorecendo o equilíbrio mental e físico por meio do tratamento correto.

No entanto, se o adulto já tem o diagnóstico definido de TDAH o mais indicado é buscar a terapia para que a autonomia sobre suas ações seja promovida, assim como a desaceleração da mente, contribuindo para uma vida cotidiana mais saudável.

Em resumo, concluímos que o TDAH gera instabilidade profissional, desorganização, rendimentos abaixo da capacidade intelectual do afetado, dificuldade nos relacionamentos e agravamento dos casos de ansiedade, depressão, alterações de humor e bipolaridades.

Enfim, com a saúde não se brinca, o mais indicado é buscar a terapia para que a autonomia sobre suas ações seja promovida, assim como a desaceleração da mente, contribuindo para uma vida cotidiana mais saudável.

*Andrea Ladislau é pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É também graduada em Letras e Administração de Empresas, palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

Contatos: Instagram: @dra.andrealadislau / Telefone: (21) 96804-9353 (Whatsapp)

Andrea Ladislau colabora para a seção Palavra de Especialista toda quarta-feira. Dúvidas e sugestões para palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.

Leia mais artigos de Andrea Ladislau

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!
Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *