Trombose que atingiu Susana Vieira pode ser evitada

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A trombose, que levou a atriz Susana Vieira a ser internada recentemente no CTI de um hospital do Rio de Janeiro, pode e deve ser evitada.  De acordo com especialistas, há algumas formas de prevenir o problema, causado pela formação de trombos – coágulos sanguíneos –, e pode resultar em obstrução e inflamações na parede dos vasos responsáveis pela passagem do sangue. Isso pode causar sérias complicações como AVC e embolia pulmonar e até levar à morte.
A doença pode ocorrer, principalmente, após longas viagens, como aconteceu com a atriz de 75 anos, que sentiu fortes dores nas pernas ao voltar de Miami, nos Estados Unidos. Atualmente, a trombose é responsável por uma a cada quatro mortes no mundo. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que um ou dois habitantes a cada mil sofram de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Apenas no primeiro semestre de 2016, a trombose atingiu 65 mil brasileiros.
Há uma série de fatores que podem desencadear a trombose, dentre eles a idade avançada, sedentarismo, pacientes com insuficiência cardíaca, obesidade e imobilização. No caso das mulheres, a probabilidade de desenvolver uma trombose é ainda maior, visto que estão expostas a fatores que aumentam o risco de desenvolver coágulos: uso da pílula anticoncepcional, gestação e tratamento de reposição hormonal.
“Desde que diagnosticada e tratada precocemente, é possível se afastar o risco  maior de uma TVP, que é o risco de uma Embolia Pulmonar, situação onde o coágulo formado no sistema venoso profundo geralmente do membro inferior se  desloca em direção à circulação cardio-pulmonar, causando um bloqueio do fluxo,  levando a um grave quadro de insuficiência cardíaca direita, o que pode ocasionar o  óbito do paciente. O efeito local da trombose é facilmente tratável e corrigido com o uso de medicamentos anticoagulantes”,afirma o  angiologista Leonardo Almeida, da clínica Inovas (RJ).
“A trombose venosa pode se apresentar com poucos sintomas e, por isso, é muitas vezes subdiagnosticada. É fundamental que o médico seja capacitado para reconhecê-la e, mediante suspeita diagnóstica, confirmá-la e tratá-la com urgência”, afirma a hematologista Suely Resende, hematologista, professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do conselho diretor da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH).
Risco maior entre mulheres que usam anticoncepcionais
De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), as mulheres que fazem uso de anticoncepcionais apresentam maior risco de ter trombose venosa. O risco é de duas a sete vezes maior entre mulheres da mesma idade que usam pílula, em relação àquelas que não fazem uso do medicamento. Quando gestantes, a chance de a mulher desenvolver a doença aumenta em 10 vezes em relação àquelas não gestantes.

No período de pós-parto, durante aproximadamente 40 dias, esse risco chega a ser 15 vezes maior. As principais apresentações da trombose venosa são a trombose venosa profunda de membros inferiores e a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se aloja nos pulmões. O AVC – Acidente Vascular Cerebral ou TVC – trombose venosa cerebral, podem também ocorrer quando o trombo se aloja em vasos do cérebro – podendo ser fatal.

A doença atinge mais as mulheres, devido ao fato delas apresentarem geralmente mais fatores de risco para o aparecimento deste quadro. Fernando Faria, angiologista da clínica Inovas explica que o número de gestações interfere negativamente no risco para trombose. “Interfere também na incidência das varizes, fator que aumenta o risco para trombose. Aumenta muito o risco se associarmos o tabagismo e o aumento do peso. Vale ressaltar ainda o risco, apesar de baixo, relacionado ao uso de anticoncepcionais orais”, afirma.

Médico esclarece as principais dúvidas
O angiologista Leonardo Almeida, da clínica Inovas, tira as principais dúvidas sobre a doença:
O que é?
trombose é a coagulação do sangue dentro do vaso sanguíneo,  um local onde o mesmo deveria se manter na forma líquida. “A coagulação existe  como um mecanismo de proteção, visando impedir a morte por hemorragia diante  de um simples ferimento. Mas o sangue não deveria coagular dentro do vaso sanguíneo. Mais comumente acomete as veias do sistema venoso profundo, recebendo o
nome de Trombose Venosa Profunda”, explica.
Quais as causas? 
O médico explica que a trombose pode ser primária, quando ocorre por conseqüência de uma doença própria do sangue, chamada trombofilia. “As causas mais comuns são as tromboses de origem secundária, ou seja, causadas por fatores externos que interferem de alguma forma na coagulação do sangue. Isto pode ocorrer quando há lesão vascular, um trauma, por exemplo, que expõe substâncias da parede interna do  vaso, e isso dispara o mecanismo da coagulação. Pode ocorrer quando há uma  alteração da composição sanguínea, aumentando sua viscosidade e, portanto,  aumentando sua capacidade de coagulação, como nos casos de desidratação severa. Pode acontecer ainda nas situações onde existe uma diminuição  acentuada na velocidade do fluxo sanguíneo venoso, chamado estase sanguínea.  Isso ocorre nos casos de imobilização de um membro, mais comumente inferior,  após uma cirurgia ortopédica de grande porte”, reforça Dr. Leonardo.
Quem mais sofre?
O problema é mais comum em idosos. “A lentidão no fluxo venoso pode precipitar a coagulação do sangue, podendo ocorrer durante longos períodos de inatividade. O local mais comum de ocorrência são nas veias profundas dos membros inferiores, local onde o fluxo de sangue é muito dependente da atividade muscular. Portanto, os pacientes acamados são os mais suscetíveis à ocorrência de tromboses venosas. Vale lembrar que o seu risco aumenta a partir dos 60 anos, em pacientes portadores de neoplasias ou doenças crônicas, em pacientes desidratados (situação onde a viscosidade do sangue aumenta), em pacientes submetidos a grandes procedimentos cirúrgicos, principalmente as cirurgias ortopédicas de grande porte, entre outros”, afirma Dr Fernando.
Quais os fatores de risco?
– Idade acima de 40 anos
– Excesso de peso ou obesidade
– Varizes nas pernas
– Gravidez e pós-parto
– Câncer
 – AVC (acidente vascular cerebral)
-Traumas, especialmente nos membros inferiores e que requeiram redução de
mobilidade temporária
– Doenças crônicas, como insuficiência cardíaca ou doença pulmonar crônica
– Uso de contraceptivo oral (anticoncepcional)
– Uso de medicamentos como quimioterápicos ou tratamentos hormonais.
Como é o tratamento?
Ao contrário do que muitos pensam, o tratamento da trombose venosa (TVP) não é  cirúrgico. “Ele se baseia no diagnóstico precoce, sempre por método de imagem (doppler venoso colorido) e consiste no uso de medicamentos anticoagulantes, que  evitam a piora do quadro, estabilizando o coágulo, e permitem que os mecanismos  de defesa do corpo trabalhem de forma a recanalizar o vaso afetado, restaurando
seu fluxo sanguíneo”, afirma Dr Fernando Faria.
Mais informações www.clinicainovas.com.br
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