Três pessoas já morreram – e outras duas ficaram doentes – após contrair o vírus da febre amarela no Estado do Rio de Janeiro este ano. A Secretaria de Estado de Saúde informou na noite de segunda-feira (15) que foram confirmadas mais duas mortes pela doença na cidade de Valença, no Sul Fluminense, onde já havia sido registrado um caso na semana anterior. O outro óbito ocorreu na semana passada, em Teresópolis, na Região Serrana. Ainda em Teresópolis, outro caso foi confirmado nesta quarta-feira (17). No Rio de Janeiro, desde o início de 2017, já são 32 casos e 12 mortes, sendo 27 no ano passado, com nove óbitos.
O boletim da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES-RJ informou ainda que foi confirmado um caso de febre amarela em macacos na cidade de Niterói, Região Metropolitana do Rio. O caso é tratado como epizootia, o que corresponde a uma epidemia que ocorre entre animais ao mesmo tempo e na mesma região. A vigilância em epizootias, mais especificamente em primatas não humanos, tem como objetivo a prevenção de casos humanos de febre amarela através da identificação precoce da circulação viral na população de macacos mortos ou doentes (vigilância passiva).
Na mesma nota, a SES ressalta que os macacos não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. A doença é transmitida através da picada de mosquitos. E recomenda: “Ao encontrar macacos mortos ou doentes (animal que apresenta comportamento anormal, que está afastado do grupo, com movimentos lentos etc.), o cidadão deve informar o mais rápido possível às secretarias de Saúde do município ou do estado do RJ”.
Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, este é o pior surto de febre amarela no país, cerca de 3.500 casos da forma silvestre foram notificados em 2017. No Estado de São Paulo, já foram confirmados 29 casos de febre amarela silvestre desde janeiro de 2017, segundo a Secretaria estadual de Saúde. Foram registradas 13 mortes no período.
Apesar do avanço da doença, apenas em fevereiro será iniciada a campanha nacional de vacinação contra a febre amarela, determinada pelo Ministério da Saúde. Mas no Rio, a secretaria garante que quem quiser se vacinar já pode procurar os postos de vacinação em seus municípios. “A SES reforça a importância das pessoas que ainda não se vacinaram buscarem um posto de saúde próximo de casa para serem imunizadas”, disse, em nota.
De acordo com a SES, todo o estado continua em campanha de vacinação contra a febre amarela, desde o ano passado. “Desde janeiro de 2017 a SES vem adotando medidas preventivas e, antes mesmo de registrar os primeiros casos no território fluminense, iniciou a criação de cinturões debloqueio, recomendando a vacinação contra a febre amarela principalmente em municípios de divisa com Espírito Santo e Minas Gerais (áreas de risco para a doença)”, informou.
Ainda segundo a Secretaria, desde julho do ano passado, todos os 92 municípios do estado já estão incluídos na área de recomendação da vacina e a campanha de vacinação permanece De acordo com a SES, os casos registrados até agora são do tipo silvestre, transmitido pelas espécies de mosquito Haemagogus e Sabeths, presentes em áreas demata. Não há registro da forma urbana da doença, transmitida pelo Aedes aegypti, desde 1942 no país.
Municípios já tinham boa cobertura vacinal
Vacinação é intensificada em Macaé
Em Macaé, no Norte Fluminense, onde foram registrados cinco casos da doença no ano passado, a prefeitura resolveu intensificar a vacinação contra a febre amarela nas unidades de saúde do município, incluindo a Casa da Vacina, Pronto Socorro Aeroporto e Estratégias Saúde da Família (ESF). A Secretaria Municipal de Saúde também estabeleceu um cronograma que começa nesta quarta-feira (17) e segue até o final do verão.
“A ação é uma medida preventiva, com base nos casos de febre amarela no estado de São Paulo neste mês de janeiro, considerando, ainda, os cinco casos confirmados da doença em Macaé, em 2017. Ao todo, 192 mil pessoas já foram vacinadas no município. Macaé já inclui no calendário básico, a vacinação contra a febre amarela a partir dos 9 meses de idade. As pessoas que já tomaram a vacina não precisam de reforço, é válida para toda vida”, informou a prefeitura.
Saiba mais sobre a doença
Diagnóstico
Doença infecciosa, de gravidade variável e causada por um arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos), a Febre Amarela pode ser diagnosticada por exames laboratoriais. Os testes oferecidos pela EuroImmun, por exemplo, são baseados na metodologia de imunofluorescência indireta e permitem a detecção de anticorpos IgM e IgG contra o vírus causador da febre. Com sensibilidade e especificidade próximas de 95%, o teste de diagnóstico da febre amarela oferece resultados de alta qualidade e confiabilidade.
Prevenção
A vacinação é o principal meio de prevenção. A coordenadora do programa municipal de imunização de São Paulo, Maria Ligia Nerger, diz que moradores do centro de São Paulo “não têm como entrar em contato com o vírus”, já que está sendo transmitido na sua forma silvestre – nas matas – e não urbana. De qualquer maneira, combater o mosquito Aedes aegypti nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos da doença nas áreas urbanas. Por isso, ninguém pode descuidar das normas básicas de prevenção. São elas: eliminar os focos de água parada que possam servir de criadouro para os mosquitos, e usar repelentes de insetos no corpo e nas roupas para evitar as picadas.
Macacos
Ao contrário do que muitos pensam os macacos não transmitem a doença. A febre amarela é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados e a transmissão de pessoa para pessoa não existe. Basta que uma pessoa infectada na região onde vivem os hospedeiros do vírus sirva de fonte de infecção para o Aedes aegypti nas cidades. A Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro está com campanha, alertando que quem transmite a doença é o mosquito, mas se for encontrado um macaco caído ou morto não se deve tocar nele.
Para mais informações sobre a doença acesse www.febreamarelarj.com.br.
Post atualizado às 19h do dia 17 de janeiro de 2017.