Queda de cabelo é um dos 8 mitos sobre a quimioterapia

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, que promove evento no Rio, esclarece dúvidas sobre procedimento

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Patrícia Pillar, Gianechinni e Ana Maria Braga enfrentaram a queda de cabelo durante quimio (Fotomontagem: Reprodução de internet)

Famosos como Patrícia Pillar, Reynaldo Gianechinni e Ana Maria Braga enfrentaram a queda de cabelo durante o tratamento contra o câncer. Mas será mesmo que toda quimioterapia provoca este efeito indesejado? Obrigatoriamente o paciente vai sentir náuseas e vômitos? E não pode praticar sexo enquanto estiver em tratamento?

Se não bastasse o temor provocado pela doença em si, dúvidas como estas povoam a cabeça de quem precisa passar por este que é um dos principais recursos terapêuticos indicados no tratamento do câncer.  O tratamento quimioterápico é cercado de vários mitos e desconhecimento. Como os de que quem faz quimioterapia certamente perde o cabelo e fica estéril. Especialistas afirmam que, apesar de serem efeitos adversos experimentados por uma boa parte dos pacientes, a generalização tem consequências negativas.

“Muitos pacientes sofrem antecipadamente com perdas que talvez nem ocorram.  Por isso a informação é um aliado fundamental, podendo evitar sofrimentos desnecessários e fortalecer o paciente na luta contra a doença que, apesar de grave, em muitos casos, é totalmente curável” comenta Claudio Ferrari, secretário de Comunicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Para esclarecer alguns dos mitos mais comuns envolvendo a quimioterapia, os especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica reuniram esclarecimentos importantes para pacientes e familiares:

  1. Meu cabelo vai cair

A queda de cabelo (alopecia) vai depender fundamentalmente do tipo de medicamento que o paciente irá receber. Sempre é bom destacar que, nem toda quimioterapia faz o cabelo cair. Além disso, quando ocorre, a queda de cabelo se dá em diferentes graus, podendo ser uma queda leve até a perda completa de todo o cabelo. Os pacientes devem ter em mente que, mesmo quando a queda se dá por completo, no caso de ocorrer por efeito da quimioterapia, ela é inteiramente reversível. Os fios voltarão a nascer ao final do tratamento.

Mais recentemente, o uso de touca térmica para resfriar o couro cabeludo durante a infusão do medicamento ganhou destaque na mídia. O resfriamento diminui os níveis do medicamento junto às raízes dos cabelos, fazendo com que os efeitos adversos sejam reduzidos. Estudos recentes vêm mostrando que esse recurso não prejudica a eficácia do tratamento, o que tem favorecido sua adoção em clínicas e hospitais privados no Brasil. Entretanto as pacientes do SUS terão que esperar muito para ter acesso a essa tecnologia. É importante destacar que se trata de um recurso que não contribui para a cura ou para o controle da doença. (Veja aqui uma nova técnica para ajudar a conter a queda de cabelo na quimioterapia)

  1. Terei náuseas e vômitos frequentes

As náuseas e vômitos são efeitos adversos cada vez mais raros durante o tratamento do câncer. Esses sintomas dependem de uma série de fatores, sendo o mais importante o tipo de medicamento que o paciente fará uso. A sensibilidade individual é outro elemento importante – o histórico da pessoa em situações em que podem ser acompanhadas por vômitos é um bom indicativo de como ela pode tolerar o tratamento.

Atualmente, dispomos de uma série de medicamentos altamente eficazes para controle desses sintomas.  Além disso, a dieta também pode ser uma grande aliada no combate as náuseas, com o consumo de alimentos e bebidas de fácil digestão. O controle desses sintomas deve ser personalizado conforme os fatores acima. Além disso, a equipe médica pode reajustar o tratamento prescrito, conforme o resultado da primeira sessão.

  1. Sexo está proibido durante o tratamento

O sexo pode ser tão importante para o paciente com câncer do que é para quem não está doente. Porém, durante o tratamento, é fundamental respeitar os eventuais limites do corpo para praticá-lo. Além disso, nem sempre a disposição para o sexo se mantém. O segredo é conversar. É importante ainda destacar que um eventual impedimento à prática sexual durante a quimioterapia não significa impossibilidade de buscar intimidade e troca de afeto.

Alguns pontos importantes: a paciente não deve estar grávida ao iniciar o tratamento e precisa adotar métodos contraceptivos eficazes antes de iniciá-lo. Existe uma grande preocupação com o risco de que os medicamentos interfiram com o desenvolvimento do embrião, especialmente durante o primeiro trimestre da gravidez, quando seus órgãos internos estão em formação.

 

  1. Não poderei ficar com meus animais de estimação durante o tratamento

A companhia dos pets pode ser muito importante durante o tratamento, podendo proporcionar aos pacientes benefícios, principalmente, do ponto de vista emocional, como melhora na autoestima e redução no stress. É claro que há casos específicos, nos quais o afastamento se torna necessário, em função de um maior comprometimento do sistema imunológico.

 

  1. Não poderei mais ir ao salão de beleza

Durante o tratamento, o paciente não precisa abrir mão de sua vaidade, especialmente, se o ajudar a se sentir melhor. Sendo assim, ir ao salão de beleza / cabelereiro não está proibido. Entretanto, durante esse período, é recomendável evitar a retirada de cutículas, pelo risco de inflamações e infecções que podem atrasar o tratamento. Em relação ao uso de tinturas, não há contraindicações, desde que não causem irritação ou alergia.

 

  1. Vou ganhar peso

Não necessariamente. O ganho de peso varia de acordo com o medicamento utilizado durante o tratamento, pois nem todos têm efeito colateral. Porém, caso ocorra, cabe ao médico oncologista acompanhar essa alteração e tomar as medicas cabíveis para evitar qualquer risco ao organismo. Dentre as iniciativas, há o ajuste no tratamento, na alimentação e, dentro do possível, a recomendação de alguma atividade física. O apoio de um nutricionista é fundamental.

  1. Devo ficar isolado durante o tratamento

Na maioria dos casos isso não é necessário, sendo indicado em situações muito especiais. Por exemplo, caso o tratamento aplicado seja composto por medicamentos que podem causar uma queda na contagem de glóbulos brancos no sangue, comprometendo a capacidade de resposta do organismo contra infecções, é comum que os pacientes sejam orientados a evitar aglomerados durante alguns períodos.

 

  1. O tratamento vai me deixar estéril

Alguns tratamentos realmente determinam um risco elevado de esterilização. Porém, atualmente, existem diferentes técnicas laboratoriais que podem preservar a fertilidade tanto do homem como da mulher e viabilizar uma futura gravidez, em muitos desses casos. Dentre as alternativas está o congelamento de esperma, óvulos ou embriões.

Um dos principais obstáculos é o tempo, pois nem sempre é possível atrasar o tratamento para colher o material. Essa questão reforça a importância de manter uma rotina de exames, a fim de identificar a doença precocemente.

Fonte: SBOC

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