Mulheres sofrem mais com cistite no verão

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Todo verão é a mesma coisa. Os casos de infecção urinária aumentam à medida que a temperatura se eleva. Algumas mudanças de hábito durante a estação e as férias contribuem para este fenômeno. Além do calor, alterações na dieta e o uso, por muito tempo, de sunga ou biquíni molhado estimulam a proliferação de bactérias e fungos que podem levar à doença. As mulheres são as que mais sofrem com a cistite, a popular infecção urinária: respondem por 80% dos casos.

Segundo o urologista Mauricio Rubinstein, professor doutor em Medicina pela Uerj, elas são mais suscetíveis a infecções urinárias porque a uretra da mulher é mais curta do que a do homem e as bactérias têm, portanto uma distância menor a percorrer. “As mulheres apresentam esse tipo de infecção com maior frequência do que os homens, uma vez que suas uretras são mais curtas e abrem-se mais perto do ânus. Isto significa que é mais fácil para as bactérias entrarem no sistema urinário e causar uma infecção”,explica o urologista Caio César Cintra, da Associação Brasileira pela Continência B. C. Stuart.

Cintra estima que cerca de 40% das mulheres têm pelo menos um episódio de cistite em sua vida. Outras causas de maior suscetibilidade são a gravidez e a diminuição de hormônios após a menopausa. Como tratamento, indicamos a administração de antibióticos, repouso e uso de analgésicos. “Após a menopausa, os níveis reduzidos de hormônio estrogênio no corpo fazem com que os tecidos da vagina, uretra e bexiga se tornem mais finos, sensíveis e menos resistentes, aumentando o risco de cistite recorrente”, destaca Maria Augusta Bortolini, médica ginecologista, obstetra e uroginecologista. Infecções também são mais comuns durante a gravidez por causa de mudanças no trato urinário.

Alterações de dieta com maior prevalência de constipação, modificações nos cuidados pessoais devido ao uso de roupas de banho e aumento no número de relações sexuais se associam a um maior risco de desenvolvimento das infecções. O tratamento das cistites deve ser seguido rigorosamente, já que a infecção pode voltar e pode ser mais difícil de tratar. Nos casos mais graves, há a necessidade até de internação pela possibilidade de afetar o trato urinário superior (rins) e o organismo como um todo.

Atualmente, a doença leva mais ou menos 9 mil pessoas por dia à internação em hospitais públicos do país, de acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, com o apoio das Secretarias de Saúde de cada estado. A doença pode se dar em qualquer órgão do trato urinário: uretra, bexiga, rins, ureteres, etc.

Pedra nos rins: outro perigo

A maior incidência de infecção urinária nesta época do ano também está associada a outra doença comum nesta estação: o cálculo renal. Conhecidos popularmente como “pedra nos rins”, os casos aumentam, em pelo menos 30%. “A infecção urinária com estase de urina pode promover a chance de cristais se agregarem e crescerem”, explica o urologista Mauricio Rubinstein. Segundo ele, a temperatura elevada provoca maior perda de líquido, por meio do suor, e as pessoas acabam não consumindo a quantidade de água necessária.

Rubinstein explica que os cálculos renais geralmente resultam de múltiplos fatores: sexo (três vezes mais comum em homens do que em mulheres), perda excessiva de líquidos através do suor, deixando a urina mais concentrada com cristais, mais comum em climas quentes (meses de verão), distúrbios genéticos e metabólicos que aumentam a quantidade de cálcio e oxalato no sangue e na urina; alimentos que contém quantidades excessivas de oxalato e cálcio.

O quadro agudo de calculo renal vai depender da posição de onde o cálculo se encontra no sistema urinário. Normalmente o paciente refere uma forte dor lombar de inicio súbito, que pode irradiar para a parte anterior do abdomên e ate mesmo para os genitais e parte interna da coxa. O quadro em sua maioria, pode ser acompanhado de náuseas e vômitos. Caso ocorra febre e queda do estado geral, ha certa urgência em procurar atendimento medico.

O tratamento vai depender de alguns sinais e sintomas como: nível de dor, grau de obstrução do sistema urinário e presença de febre. Sempre deve ser realizada analgesia e exames radiológicos para a melhor precisão do nível da obstrução do cálculo. Após esses exames, o m[edico pode optar por tratamento conservador, com analgesia e hidratação, ou pode ocorrer a necessidade de uma intervenção endoscópica, onde o Urologista poderá quebrar e retirar o calculo através de métodos chamados minimamente invasivos (Ureteroscopia).

O cálculo renal se não tratado adequadamente, pode resultar em piora da função renal a longo prazo e nos casos agudos, quando um quadro infeccioso estiver presente, levar o paciente a risco de vida.

Hábitos que podem ajudar na prevenção

• Beber líquido, de modo a ser o suficiente para urinar claro 4 a 6 vezes por dia (2 a 3 litros);

• Ingerir suco ou cápsulas de cranberry aumenta a acidez da urina e ajudar a inibir o crescimento de bactérias;

• Ir ao banheiro quando sentir vontade e não esperar muito tempo. O ideal é a cada 3 horas;

• Depois de usar o banheiro, limpar sempre da parte da frente para a parte de trás;

• Manter higienizada a região genital, mas evitar a limpeza vigorosa, que danifica a pele, bem como o uso de duchas vaginais. As bactérias se proliferam mais em pele e mucosas danificadas;

• Evitar irritantes potenciais, tais como óleos de banho perfumados e desodorantes vaginais;

• Adotar hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, atividade física regular, diminuir estresse;

• Se tem diabetes, mantê-lo sob controle.

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