Mais que uma simples batida na cabeça

Jogadores de futebol de americano estão mais suscetíveis à concussão, que pode causar doença cerebral degenerativa (Foto: Pixabay)
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Jogadores de futebol de americano estão mais suscetíveis à concussão, que pode causar doença cerebral degenerativa (Foto: Pixabay)
Jogadores de futebol de americano estão mais suscetíveis à concussão, que pode causar doença grave (Foto: Pixabay)

O tema veio à tona em Concussion (‘Um homem entre gigantes’), que estreou em março no Brasil. O filme que deu o prêmio de melhor ator no Hollywood Film Awards ao norte-americano Will Smith conta a história, baseada em fatos reais, da briga entre o Dr. Bennet Omalu e a NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) pela descoberta de uma doença cerebral nos jogadores, causada pelos traumas na cabeça, sofridos com a prática do esporte.

Mas a concussão aflige não apenas técnicos, treinadores e atletas, principalmente aqueles que se preparam para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio. Muitos atletas amadores e até pessoas comuns no ambiente doméstico, principalmente pais, cuidadores e familiares, não sabem como lidar com o problema.

Afinal, toda batida na cabeça é uma concussão? Em todos os casos assim é preciso ir ao pronto atendimento? O que a pessoa pode sentir quanto tem uma concussão?. Estas são algumas das questões respondidas no livro ‘Concussão cerebral, mais que uma simples batida na cabeça’, lançado nesta quinta-feira (23), em São Paulo.

Em linguagem direcionada para leigos, o neurologista e neurofisiologista clínico Renato Anghinah e o neurocirurgião Jorge Pagura respondem a todas estas perguntas. O livro também traz estudos e exames mais modernos disponíveis na atualidade para socorrer e tratar batidas na cabeça.

No Rio, o fisioterapeuta André Luis dos Santos, diretor do Instituto Brasileiro de Fisioterapia Vestibular e Equilíbrio (Ibrafive),alerta que os frequentes traumas cranianos podem causar confusão, problemas de memória, tremores, falta de coordenação motora, depressão, declínio na capacidade mental e demência progressiva.

A Encefalopatia Traumática Crônica, antes conhecida como Demência Pugilística, foi descoberta por Dr. Benner Omalu. A doença cerebral degenerativa afeta, especialmente, pessoas que sofrem repetidas lesões na cabeça (ainda que de diferentes intensidades), sendo muito comum em jogadores de futebol americano.

Doença é confundida com Alzheimer

Rodrigo Freitas, especializado em medicina esportiva, diz que sintomas  que alguns ex-atletas e praticantes de determinados esportes apresentam, como tontura, perda temporária da memória, alucinações e depressão, são característicos de quem sofre traumas repetitivos no crânio em esportes como futebol, boxe e lutas em geral e podem  facilmente ser confundidos com mal de Alzheimer.

“O que muita gente pensa ser Alzheimer ou alguma outra doença degenerativa, na verdade é esta patologia chamada Encefalopatia Traumática Crônica, que acontece devido às pancadas recebidas repetidamente no crânio, ao qual chamamos de concussão e são comuns principalmente em esportes como luta e futebol”, explica.

Ele cita como exemplo recente o caso do volante da seleção alemã, Kramer, que na Copa do mundo em 2015, após levar uma pancada da cabeça ainda no primeiro tempo da decisão contra a Argentina, teve um “branco” na memória e não se recordava de nenhum momento daquela partida.

Exames regulares também podem ajudar a identificar e tratar o problema.”É importante que nos esportes em que haja esses tipos de traumas, o atleta seja avaliado e acompanhado periodicamente para saber há alguma alteração a nível de coordenação ou perda de memória”, diz Rodrigo Freitas. Para André Luiz, a organização dos Jogos precisa se atentar para evitar grandes concussões dos atletas. “Isso inclui a contratação de profissionais especializados para estarem sempre por perto”, diz o fisioterapeuta, que será um desses profissionais, atuando voluntariamente no cuidado com a saúde dos atletas. Ele também alerta para o risco de concussões em idosos, que sofrem muito de tontura e queda. Dados indicam que no Brasil, cerca de 32% dos idosos caem uma vez ao ano e 70% das quedas ocorrem dentro da própria casa.  “O acompanhamento pela fisioterapia, através da recuperação da mobilidade, do equilíbrio e marcha com a indicação racional e supervisionada de exercícios de reabilitação (cinesioterapia). Em alguns casos podem ser necessárias as abordagens psicológica e psiquiátrica”.

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