Macarrão na alimentação sem culpa. É só não abusar

Nutricionista explica que massa é importante fonte de energia e dá dicas para consumir de forma mais light

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espaguete

O Brasil já é o terceiro maior produtor e consumidor mundial de macarrão. Em 2016, o mercado brasileiro de massas alimentícias faturou mais de R$ 8,7 bilhões e foram consumidos quase 1,2 milhão de toneladas. Nosso consumo per capita é de 6,02 kg por ano. Mas afinal, o prato que já é queridinho dos brasileiros é mesmo um vilão das dietas?
“O macarrão é uma fonte acessível, saudável e saborosa e pode ser combinada da forma correta na alimentação”, afirma Catia Duarte, graduada em Educação Física e Nutrição e pós-graduada em Nutrição Esportiva. Segundo ela, o macarrão faz parte do grupo dos alimentos energéticos. “Carboidrato é energia, sendo de grande benefício para o organismo e se consumido na proporção correta preconizada pelo seu nutricionista. Privar o organismo de qualquer grupo de alimentos, sejam eles carboidratos, gorduras ou proteínas, é um crime contra o organismo”, esclarece.

Catia lembra que a formulação base do macarrão é composta de farinha de trigo e água, mas podem apresentar algumas variantes como a adição de vegetais desidratados, ovos, vitaminas e fibras. O tipo de trigo empregado e o processo de fabricação interferem no seu valor nutricional final. Segundo o bioquímico norte-americano Barry Sears, em seu livro “O ponto Z – A Dieta”, o ideal é uma alimentação com 40% de carboidratos, 30% de gorduras e 30% de proteínas, já na pirâmide alimentar Brasileira.

“Estudos comprovam que é necessária apenas uma alimentação balanceada para se ter saúde e isso também significa se alimentar com prazer. Não se deve eliminar de vez os carboidratos, principalmente se você é praticante de atividade física ou atleta, que vai precisar de uma necessidade extra de energia”, garante a nutricionista. Ela tira outras dúvidas do Vida & Ação.
Índice glicêmico – Dependendo do índice glicêmico dos alimentos é que podemos saber o quão rápido este carboidrato vai ser transformado em glicose. Por este motivo o macarrão integral pode ser melhor adaptado na dieta de quem quer emagrecer. Já a linha sem glúten pode ser utilizado para alimentação com restrição ao glúten.
Após o treino – Após o treino recomenda-se escolher alimentos com alto I.G., pois fornecerão a energia rápida que se necessita para a recuperação do esforço, neste caso o macarrão tradicional seria melhor aplicado.A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte recomenda uma ingestão diária entre 5 e 10 gramas de carboidratos por quilo de peso corporal, dependendo do tipo e da duração do exercício físico escolhido.

No dia a dia –macarrão pode ser incluído na alimentação diária, deste que seja equilibrada com outros alimentos de outros níveis da pirâmide, com a finalidade de suprir a necessidades de macronutrintes (carboidratos, lipídeos e proteínas) e micronutrientes (vitaminas e minerais).

Pequenas porções –  A dica para consumir sem culpa, é utilizar pequenas porções deste alimento preferencialmente ao dente, que vai possuir menos calorias, acrescido sempre de proteína e vegetais. Outra dica valiosa é colocar a massa na geladeira após o cozimento para formação de amido resistente, que ajuda na redução da carga glicêmica.
Como substituto – O macarrão pode substituir o arroz ou a batata em uma refeição, mas deve-se ter atenção ao molho empregado, nada de incrementá-lo com bacon, calabresa, parmesão e queijos. Azeite pode ser usado com moderação e se permita uma colher de sopa apenas do parmesão 
 
Para crianças e adultos – As porções ideais variam mas em média para crianças a porção estabelecida pela pirâmide para o macarrão cozido equivale a 105 gramas (2 colheres e meio de sopa) e fornece 75 kcal, para adultos a porção equivale a 53 gramas (3 colheres e meio de sopa) e fornece cerca de 150 kcal.
Macarrão de feijão é novidade 

A novidade para quem busca uma vida saudável sem abrir mão das delícias das massas é o macarrão produzido com feijão. Mas afinal, qual é o segredo de tanto sucesso? Segundo a nutricionista Aline Quissak, especialista em alimentação funcional, esse tipo de massa vegetal, tem um alto teor de proteínas, o macarrão de feijão preto, por exemplo, tem 38 gramas de proteínas por porção, o que equivale ao consumo de um bife e meio.

A Fit Food, marca especializada em produtos saudáveis, foi uma das primeiras a trazer a novidade para o mercado brasileiro. A empresa oferece, por exemplo, os espaguetes orgânicos e veganos produzidos com feijão preto e com feijão azuki. Eles são livres de glúten e levam ingredientes 100% naturais ricos em fibras, antioxidantes, proteínas e diversas vitaminas. A intenção é oferecer opções que garantam uma dieta saudável sem abrir mão de qualidade e sabor.

Quanto à textura, ela é um pouco mais elástica que a do tradicional, e apesar da coloração diferenciada e escura como a do feijão, o seu sabor não lembra em nada o do nosso feijão tradicional, já que é usada a farinha do grão na sua produção, não ele cozido ou amassado, são ótimas opções para quem quer manter uma alimentação mais equilibrada.

“Outra vantagem das massas feitas com feijão é com relação a absorção de carboidratos, segundo a nutricionista a insulina é a responsável por esse controle, é ela quem deixa as células absorverem a energia vinda do carboidrato, porém, quando a pessoa ingere uma alta quantidade, acaba sobrecarregando a célulade energia e o corpo não consegue gastá-la, por isso há o estoque de gordura”, detalha Aline.

Para a nutricionista, o problema está no consumo de carboidratos, e sim em com o que consumimos esse carboidrato. “O macarrão de feijão tem carboidrato, como qualquer massa, mas tem proteínas e fibras, itens que ajudam na ‘proteção’ do carboidrato. Eles não deixam o corpo sinalizar a presença de insulina e, consequentemente, não deixam que as células sejam abertas”, explica a nutricionista, isso faz com que o excesso saia nas fezes ou realmente seja usado como energia para o corpo, e não estocado como acontece na maioria das vezes.

As opções da Fit Food levam o Selo de Produto Orgânico, concedido pelo governo federal com base na lei dos orgânicos (Lei 10831/03). Ele garante que o alimento foi produzido sem adição de agrotóxicos, fertilizantes ou substâncias tóxicas para a saúde humana e para o meio ambiente.

Preferência pelo espaguete

Para celebrar o Dia Mundial do Macarrão, em 25 de outubro, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) divulgou estudo sobre o consumo deste alimento pelos brasileiros. De acordo com a pesquisa, a região Leste do país, composta por Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, é responsável por 13% do volume total (1,24 milhão de toneladas) consumido em 2016, o que corresponde a 162,4 mil toneladas. A preferência pelo espaguete nesta região é a maior (55,4%); o fusilli ocupa o segundo lugar (15,8%), seguido do penne (4,3%).

“Apesar de o macarrão estar presente em 99,5% dos lares brasileiros, ainda existe uma barreira cultural que tende a restringir seu consumo aos finais de semana, à macarronada de domingo com a família. Mas as massas são muito versáteis, podem ser preparadas de diversas maneiras e complementadas com vários ingredientes, além de serem práticas e baratas. O macarrão é um produto que tem todas as condições de ocupar lugar na mesa do brasileiro diariamente”, afirma Claudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi.

O estudo foi encomendado à Kantar WorldPanel e analisou durante o último ano uma mostra de 11.300 lares que retratam um universo de 53 milhões de famílias espalhadas por sete macrorregiões. No ranking nacional de consumo aparecem em primeiro lugar o Norte e Nordeste (37%), seguidos do Sul (15,2%), Leste e interior do Rio de Janeiro, grande São Paulo (10,5%), Interior de São Paulo (10%), grande Rio de Janeiro (8,2%) e, por fim, Centro-Oeste (6,2%). O Dia Mundial do Macarrão foi instituído em 25 de outubro de 1995 em Roma, durante o I World Pasta Congress (Congresso Mundial de Macarrão), que reuniu os principais fabricantes em todo o mundo.

Fonte: Abimapi 

 

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