Dia Mundial do AVC: doença também afeta pessoas mais jovens

AVC mata 100 mil brasileiros por ano. É a principal causa de morte no Brasil e já atinge desde crianças até idosos

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Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) é lembrado neste domingo, dia 29 de outubro, com o objetivo de conscientizar a população quanto ao tratamento e a prevenção da doença que já é a primeira causa de morte no Brasil, mais até do que a Aids e câncer de mama. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Federação Mundial de Neurologia, a data serve de alerta para este problema que, segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde, mata todos os anos 100 mil pessoas. Este número é maior que o total de mortes causadas por malária, tuberculose e Aids somadas.

Mais conhecido como derrame, a doença deixou de ser característica apenas de pessoas idosas e hoje jovens adultos, adolescentes e até as crianças recém-nascidas já sofrem com este mal. O número de casos registrados entre jovens (de 18 a 50 anos) vem aumentando nas últimas duas décadas. Segundo dados do Ministério da Saúde, todo ano, no Brasil, 15 mil pessoas entre 15 e 39 anos de idade sofrem um acidente vascular cerebral. Isso já representa 10% do total de casos.

“Essa incidência está relacionada ao aumento da exposição das populações urbanas aos principais fatores de risco, como sedentarismo, tabagismo e obesidade”, afirma Bruno Funchal, neurologista do Hospital Santa Paula (SP). Outros fatores de risco incluem hipertensão e colesterol alto. Como esses fatores são cada vez mais comuns entre os jovens devido ao estilo de vida da sociedade atual, não é surpresa que a ocorrência de AVC também seja mais frequente.

As principais causas de AVC entre os jovens envolvem problemas cardíacos que possam gerar coágulos dentro do coração e a ruptura de vasos que levam sangue ao cérebro. Os sintomas e tratamentos para a doença não mudam entre as faixas etárias. Entretanto, quanto mais novo o paciente, ele terá que lidar com as possíveis sequelas neurológicas por mais tempo.

“É necessário reabilitar e reinserir essas pessoas socialmente e no mercado de trabalho, a fim de proporcionar-lhes uma vida digna e produtiva”, conclui o especialista sobre a recuperação do jovem paciente de AVC. Felizmente, é possível se prevenir contra esse mal através de pequenas mudanças de hábito para levar uma vida saudável. O neurologista recomenda a prática de exercícios, o controle do peso e o tratamento de outras condições médicas, como hipertensão e diabetes.

Como perceber os sinais precoces de um AVC

Carlos Bosco Marx, neurologista do Hospital Sepaco, alerta que grande parte da população mundial está em risco e a situação tende a piorar. “É preciso estar atento a qualquer alteração do corpo, pois se trata de uma doença grave e silenciosa”. A boa notícia é que o AVC pode ser evitado mediante acompanhamento clínico preventivo e pacientes acometidos pela doença podem manter sua qualidade de vida com tratamento multidisciplinar adequado. “Assim como as pessoas realizam check-ups para evitar os problemas cardíacos, é fundamental realizá-los para prevenir os acidentes vasculares encefálicos”, avalia Dr. Bosco.

É importante estar alerta e aprender a reconhecer os sinais precoces do AVC. Se houver rapidez no atendimento inicial, é possível utilizar um medicamento para dissolver o coágulo que obstrui a artéria cerebral causadora dos sintomas em até 4,5 horas do início dos sintomas. “Desta forma, muitos pacientes tem uma boa recuperação neurológica com baixo índice de sequelas e boa qualidade de vida”, comenta o neurologista.

Os sinais mais comuns são: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna e em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão da linguagem; alterações visuais (perda súbita/escurecimento visual); alteração do equilíbrio; perda de coordenação motora; tonturas e dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente. “Ao sentir qualquer um desses sintomas, anote o horário em que começaram e procure imediatamente atendimento médico, pois ‘tempo é cérebro’”, explica dr. Bosco.

Existem alguns fatores de risco que podem ser motivos facilitadores para um AVC, tais como doença vascular periférica, doenças cardíacas, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, colesterol alto, uso de anticoncepcionais, álcool e drogas ilícitas. Para o especialista, o controle adequado desses fatores de risco pode diminuir a probabilidade de uma pessoa ter um Acidente Vascular Cerebral e suas complicações.

Desta forma, tome alguns cuidados preventivos para garantir sua saúde, entre eles: adote uma alimentação saudável, pare de fumar; pratique algum tipo de exercício físico regularmente. Para quem tem pressão alta, a dica é fazer um esforço para tomar seus remédios conforme prescrição médica e, já para os diabéticos, preste atenção na dieta, para bom controle da glicemia e tome os remédios regularmente.

A importância de se identificar os sinais

“Precisamos conscientizar a população quanto a importância do AVC e de suas possibilidades de atendimento. Qualquer pessoa hoje em dia sabe identificar sinais sugestivos de um infarto do miocárdio. Com o AVC isso ainda não acontece. É fundamental mudarmos esse cenário para que cada vez mais pessoas consigam o tratamento ideal para o acidente vascular cerebral”, declara Carlos Hortala, coordenador de neurologia do Hospital Niterói D’Or.

“O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. No primeiro, quando o paciente consegue chegar rápido à uma emergência e é elegível ao tratamento, podemos tentar uma reversão completa do quadro por meio de terapias que tentam reabrir o vaso obstruído. No segundo, é importante darmos todo o suporte clínico e cirúrgico imediato para que o prognóstico seja o melhor possível”, esclarece o especialista.

Várias ações marcaram esta semana no Rio o Dia Mundial de Combate ao AVC. No sábado (28), especialistas do Hospital Niterói D’Or trocaram o ambiente hospitalar pela praia para disseminar informação e esclarecer os riscos e formas de cuidado com a saúde, assim como a importância do atendimento imediato.  As pessoas que passarem pela orla da Praia de Icaraí receberam informativos contendo dicas de saúde e cuidados para se prevenir o AVC, e bolinha anti estresse. Além disso, especialistas ofereceram orientações e tiraram as principais dúvidas. Na quinta-feira (26), o neurologista André Gustavo Lima também realizou palestra gratuita na Baixada. 

Confira um guia completo sobre como evitar, diagnosticar e tratar o AVC 

 

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