Para correr e não morrer, literalmente, na praia

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corrida

Com este verão escaldante e a sensação térmica passando dos 40ºC em algumas cidades, quem pratica esportes ao ar livre como corrida sente na pele os efeitos do sol. Treinar em dias e locais muito quentes pode esquentar o corpo e provocar sintomas desagradáveis como os experimentados pelo economista Leonardo Michelsem Monteiro de Barros, de 42 anos.

“Comecei a correr debaixo de um calor muito forte após mais ou menos uma hora e trinta minutos de prova. Após uns três quilômetros senti o primeiro mal-estar. A cabeça doía e uma sensação estranha no corpo. Muito calor! . Tive que parar”, relembra. Ele conta que se sentou na calçada, respirou fundo e só depois de se recuperar, parcialmente, continuou com o único objetivo de completar a prova.

“O tempo não importava mais. A cada ponto de hidratação muita água era consumida. Repeti a parada por mais três vezes. Recuperava as forças e seguia meu caminho. Após cruzar a linha de chegada o mal- estar piorou. Não parava de transpirar. A cabeça doía e uma ânsia de vômito tornava-se cada vez mais forte. Ingeria “litros” de água e Gatorade, mas a sede insistia”, conta o maratonista.

Levado ao posto médico pelo colega de equipe, Sérgio Maurício, ele recebeu água gelada e gelo na cabeça, nas axilas e nas pernas. Foi a solução: poucos minutos depois, ele já estava bem. “Lembro que comentei com o médico do posto sobre o calor absurdo e a elevada umidade que tornavam o seu corpo uma verdadeira sauna. E ele respondeu: ‘Seja bem- vindo a Santos’”.

Hipertemia: como ficar atento

Apesar de a desidratação ser um problema comum nesse período, ela não leva a consequências mais sérias. “Nessa época é preciso ficar de olho no na hipertermia”, explica Sergio Mauricio, maratonista e membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício. Ela ocorre quando o organismo não dá conta de resfriar a temperatura corporal e começa a esquentar, como uma febre.

“O quadro é marcado por mal estar, câimbras, náuseas e fadiga extrema durante o treino”, conta Sérgio. Nos casos mais graves, quando o corpo beira os 39°C, podem ocorrer vômitos, confusão mental e até desmaio. Outro problema comum no verão é a queda de pressão, pois o calor faz com que os vasos sanguíneos se dilatem. Desidratação, jejum prolongado e uso de diuréticos são fatores que podem aumentar as chances.

Confira algumas dicas para evitar mal estar

– Uma dica de prevenção é beber um pouco de água gelada e jogar o restante na cabeça

– Quando possível, pegue também umas pedras de gelo e passe na cabeça

– Na presença de sintomas o ideal é interromper o treino e deixar pra continuar depois

– Em casos extremos é necessário procurar uma emergência para reidratar e aplicar compressas de gelo nas axilas e virilhas, locais onde passam grandes vasos sanguíneos, assim resfriando o corpo

– Evite correr no meio do dia, mas se for seu único horário, opte pela esteira, no conforto do ar condicionado. A dica é encarar aquela corridinha no calçadão pela manhã ou ao fim do dia

– Crie o hábito de beber água regularmente, para regular melhor sua temperatura

– Na presença de sintomas como fraqueza, suor frio, tontura, taquicardia e sensação de desmaio, interrompa imediatamente suas atividades, deite no chão, de preferência com os pés em cima de um banco e chame por ajuda.

– Beber pequenos volumes de líquido podem ajudar, e se estiver em jejum, dê preferência para sucos de frutas.

– Levante bem devagar, entre em contato com seu cardiologista após o ocorrido e procure uma emergência na persistência dos sintomas.

 

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