Cirurgia bariátrica ajuda no sonho de ser mãe

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Para muitas mulheres em idade fértil a obesidade pode ser um obstáculo ao sonho de ser mãe. Isso porque o excesso de peso afeta diretamente a fertilidade das mulheres e, em muitos casos, dificulta a possibilidade de engravidar e de levar adiante a gestação. Para realizar seu sonho, a dona de casa Camile Aparecida de Paula Kluppel Salvego fez cirurgia bariátrica em 2011, quando pesava 115 quilos. Perdeu 52. Passados dois anos da cirurgia, com 63 quilos, Camile engravidou da sua filha Helena.

Para ela, os benefícios de se submeter à cirurgia bariátrica vão muito além da perda de peso. “O aumento da fertilidade foi um dos benefícios que a cirurgia me trouxe. Mas é importante ressaltar que a perda de peso para uma mulher que pretende ser mãe representa mais disposição e dinamismo para cuidar e brincar com os filhos”, enfatiza Camile.

A estoquista Loide Cristine dos Santos, de 34 anos, fez a cirurgia bariátrica há um ano e um mês.  Ela pesava 100 quilos e já emagreceu 35. O objetivo da cirurgia era realizar o sonho de ser mãe.  “Eu e meu marido somos casados há cinco anos e estamos cada vez mais perto de realizar o sonho de ter filhos. Faço acompanhamento com equipe multidisciplinar, estou sem anemia e me alimento adequadamente”, conta Loide, que até o final do ano espera estar apta a iniciar a gestação.

Um dos mais respeitados cirurgiões bariátricos do Brasil, Luiz Vicente Berti, conta que a obesidade é um dos fatores que pode dificultar o sonho de ser mãe e, ainda, gerar gastos com processos de inseminação artificial. “Mesmo as que conseguem engravidar sem perder peso, possuem mais riscos de complicações relacionadas à obesidade como pressão alta, hemorragias e diabetes, aumentado também os riscos para a mãe e o feto”, afirma Berti, há 20 anos dedicados à cirurgia bariátrica.

Ele explica que o emagrecimento gerado pelas operações promove a regularização hormonal. “É como se os hormônios femininos que estavam em baixa começassem a subir e se normalizar, aumentando a capacidade para a gestação”, explica  Berti. O emagrecimento também propicia a melhora de patologias que dificultam a gestação, como, por exemplo, a síndrome do ovário policístico, muito comum em mulheres obesas.

Estudos comprovam que a gordura corporal interfere na regulação hormonal da mulher, fazendo com que o corpo produza maior quantidade de estrógeno e prejudique a fertilidade. Além disso, algumas mulheres, geralmente, com IMC acima de 50, podem deixar de menstruar por causa da obesidade. Uma das soluções para garantir a maternidade em mulheres obesas é a cirurgia bariátrica.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), 70% dos pacientes que realizam cirurgias bariátrica são do sexo feminino, com idade entre 35 e 50 anos. O presidente da SBCBM, Caetano Marchesini, explica que a redução do peso corporal com consequente redução da adiposidade visceral, melhora a sensibilidade à insulina e pode normalizar a ovulação. “Por este motivo, muitas mulheres que estão acima do peso e que procuram os seus ginecologistas com a intenção ou já com dificuldade de engravidar são encaminhadas para a cirurgia bariátrica”, relata Caetano.

Gravidez pós-cirurgia bariátrica

Contudo, a recomendação da SBCBM é de que a gestação em pacientes bariátricos ocorra após um ou dois anos de pós-operatório. “Durante o período de emagrecimento – que dura em torno de 15 meses, podendo variar de paciente para paciente – orientamos um cuidado intenso com a contracepção, devido a pequenas alterações na absorção de alguns nutrientes”, orienta Berti.

Por este motivo, a SBCBM também reforça a importância de comunicar a decisão de engravidar à equipe bariátrica responsável pelo tratamento. “O objetivo é avaliar se está tudo certo em termos clínicos, psicológicos, físicos, nutricionais e preparar a paciente para a gestação”, reforça o cirurgião bariátrico e vice-presidente executivo da SBCBM, Luiz Vicente Berti.

Mulheres devem ficar atentas a nutrição

As nutricionistas que integram a coordenação do Núcleo de Saúde Alimentar da SBCBM, Silvia Elaine Pereira, Loraine Ferraz e Carina Rossoni, alertam que o acompanhamento nutricional é fundamental em mulheres bariátricas com a pretensão de tornarem-se mães. “Após um ou dois anos é o período em que há estabilização do peso e uma melhor adaptação ao novo hábito alimentar”, reforça Sílvia que preside o núcleo.

Elas explicam que a rápida perda de peso e a própria intervenção cirúrgica podem desregular o estado nutricional no organismo, fundamental para garantir uma gestação saudável, do começo ao fim, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Exatamente por isso, embora seja possível engravidar logo após o procedimento, os especialistas recomendam esperar, no mínimo, um ano. Também deve ser feita uma reavaliação do aporte de suplementos nutricionais e monitoramento alimentar contínuo durante todo o período da gestação.

Quando o assunto é manter o peso que foi conquistado com cirurgia após a gestação, assim como os problemas de saúde deixados para trás, a dica dos especialistas é bastante simples: fazer acompanhamento rigoroso com uma equipe médica multidisciplinar e manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada, prática de exercícios físicos e suplementação alimentar, quando for necessário.

 Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)

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