Câncer que matou Luiz Melodia atinge 30 mil pessoas no Brasil

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melodia

Será sepultado neste sábado, dia 5, o corpo de Luiz Melodia, de 66 anos, que morreu nesta sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, vítima de um tipo de câncer que atacou a sua medula óssea. O cantor lutava contra um mieloma múltiplo, espécie de câncer que atinge as células produtoras de sangue na medula óssea e pode atacar principalmente os ossos, causando muita dor ao paciente, e sobretudo os rins. A enfermidade atinge 30 mil pessoas no Brasil e 700 mil no mundo, segundo dados da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular).

Para se tratar, Melodia começou a fazer quimioterapia em abril deste ano, como o Blog Vida & Ação mostrou (leia aqui). Em 25 de junho, ele recebeu alta do hospital e voltou a trabalhar, inclusive registrando a rotina nas redes sociais. Adriana Scheliga, oncohematologista da Oncoclínica RJ, explica a doença e o que pode ter ocorrido com o cantor. “Não conheço com riqueza de detalhes o caso do cantor, mas tenho certeza de que o transplante de medula óssea estava bem indicado”

Segundo ela, não existe uma causa específica para o Mieloma Múltiplo e, por isso mesmo, não há medidas de prevenção. “Poucos casos estão ligados a fatores de risco que podem ser evitados, portanto, não há nenhuma maneira conhecida de evitar  a maioria dos mielomas múltiplos”, ressalta. A especialista ressalta a importância de cada paciente deve seguir as orientações da sua equipe medica especializada.

O risco de mieloma múltiplo aumenta com a idade. A maioria das pessoas diagnosticadas com Mieloma tem pelo menos 65 anos de idade, sendo muito raro, por exemplo, abaixo de 35 anos (< 1 % de todos os casos). A causa é desconhecida. E o que se sabe é que os homens são mais propensos a desenvolver mieloma múltiplo do que as mulheres. A doença é praticamente duas vezes mais comum nos afrodescendentes do que em não-afro-descendentes. No entanto, o motivo é desconhecido.

O que é?

O mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna hematológica (um câncer), composta por células plasmáticas (ou também chamados plasmócitos) malignas. Células plasmáticas são encontradas na medula óssea e são muito importantes no sistema imunológico. Elas são responsáveis pela produção dos anticorpos (também chamados de imunoglobulinas), que juntamente com outras células do sistema imune, os chamados linfócitos, trabalham em conjunto no combate de algumas doenças e infecções.

As células plasmáticas são encontradas, principalmente, na medula óssea, tecido (chamado popularmente como tutano) encontrado dentro dos ossos, onde, além das células plasmáticas, encontramos também diferentes células sanguíneas normais (glóbulos vermelhos ou hemácias, diferentes tipos de glóbulos brancos ou leucócitos e as plaquetas).

Quando as células plasmáticas tornam-se malignas e crescem descontroladamente, elas podem produzir um tumor chamado plasmocitoma. Se for apenas um único tumor de células plasmáticas, a doença é chamada de plasmocitoma isolado (ou solitário). Se for composto por vários plasmocitomas (geralmente pequenos e disseminados na medula óssea), é chamado de mieloma múltiplo.

Sintomas

Embora um número expressivo de pacientes possa ser portador de Mieloma e ser assintomático no inicio da doença, você deve se preocupar se alguns dos sintomas abaixo ocorrer isoladamente ou em conjunto:

  1. Alterações associadas à disfunção da medula óssea e, consequente, diminuição das células normais da medula, como as hemácias, os leucócitos e as plaquetas – fraqueza ou cansaço ligado a anemia; um maior número de infecções principalmente de vias aéreas superiores pela baixa dos leucócitos e aumento de episódios de sangramento pela diminuição das plaquetas; – Alterações relacionadas aos ossos: dor em qualquer osso, mas na maioria das vezes nas costas, nos quadris e no crânio; tumores ósseos (plasmocitomas) e aumento do número de fraturas (até mesmo por menores traumas);
  2. Elevação do nível sanguíneo do cálcio em decorrência da extensa doença óssea, tais como: aumento da sede; aumento da freqüência e volume da urina; perda do apetite; prisão de ventre severa; fraqueza; sonolência; dor abdominal e alterações neurológicas, quando o cálcio está muito elevado, com confusão mental até o coma e, em casos mais graves, insuficiência renal (pela falência dos rins);
  3. Aumento de episódios de infecção pelas alterações das imunoglobulinas normais que podem estar bem diminuídas no mieloma;

Diagnóstico

Uma vez que o Mieloma esteja confirmado por meio de uma série de exames como hemograma + plaquetas; eletroforese de proteínas no sangue e na urina; Imunofixação (ou Imunoeletroforese) de proteínas no sangue e na urina, dosagem de eletrólitos (incluindo o cálcio), hepatograma completo, avaliação de Imunoglobulinas. É feito ainda um inventário ósseo (eventualmente, ressonância magnética de corpo inteiro – método mais moderno, e o exame de urina de 24 horas. O paciente deve ainda passar por avaliação endocrinológica, cardiológica e neurológica, além de exames específicos como o mielograma (exame de punção da medula) e biopsia de medula óssea  e o pesquisa de cadeias leves livres kappa e lambda. É hora de se fazer o estadiamento final e, com isso, definir prognóstico e tratamento.

Tratamento

Essencialmente, o Mieloma é tratado de forma multidisciplinar, incluindo: Quimioterapia e outras drogas; Biysfosfonatos (para tratar os ossos); Radioterapia (para, por exemplo, tratar a dor e tratar as chamadas síndromes de compressão medular) ; Cirurgia e o Transplante de células-tronco (TAMO). É importante discutir todas as suas opções de tratamento, incluindo seus objetivos e possíveis efeitos colaterais, para tomar a decisão que melhor se adequa às necessidades de cada paciente.

Fundamentalmente, o tratamento é dividido em pacientes elegíveis para o TAMO – abaixo de 70 anos e sem outras doenças associadas graves e pacientes não elegíveis para o TAMO – com mais de 70 anos e com outras doenças associadas graves.

Fonte: Oncoclínica

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