Além de ganhar saúde, ex-fumante pode economizar R$ 1 milhão em 30 anos

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O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão, o mais incidente e letal no mundo
O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão, o mais incidente e letal no mundo

Dados fresquinhos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer americano apontam o que muita gente já sabe de cor, principalmente ex-fumantes, como eu: o cigarro mata. E quase sempre, lentamente. Aproximadamente uma pessoa morre de doenças ligadas ao tabaco a cada seis segundos – o equivalente a quase 6 milhões de pessoas por ano. E isso tem previsão de aumentar para mais de 8 milhões de pessoas por ano até 2030, se tornando a causa de morte de mais de um terço da população.  Quer um dado ainda pior? Mais de 600 mil pessoas também morrem anualmente  pela exposição ao fumo passivo.

O tabagismo já custa à economia global mais de 1 trilhão de dólares por ano, mas, embora o consumo de cigarro venha caindo gradativamente nos últimos anos, o número de pessoas que possui esse vício no Brasil ainda é grande. Além de gerar problemas para a saúde física, o fumante também é prejudicado em outra saúde: a financeira. Se parar de fumar um maço de cigarro por dia, economizar e investir o valor na poupança, a pessoa terá R$ 1.028.274,92 ao final de 30 anos.

“A conta é simples: se um maço custa em torno de R$ 8, um fumante que consome um maço de cigarro por dia gastará a mais, por mês, R$ 240. Esse aumento de custo no orçamento mensal das pessoas com certeza fará com que muitos repensem sobre a importância de acabar com esse vício”, afirma Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira

Segundo ele, mesmo com os preços atuais, poucas pessoas se dão conta do risco financeiro que isso proporciona. “É lógico que esse risco é muito menor do que os físicos, entretanto, não podemos negar que esse impacto reflita na economia diária do fumante, especialmente neste momento de crise econômica”, afirma o autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

“Uma forma de vermos a importância de parar de fumar para a economia de uma pessoa é analisar que, com os preços atuais do cigarro, se deixar de fumar e investir esse valor (R$ 240/mês, corrigindo anualmente) em uma poupança, por exemplo, ao final de 10 anos, ela terá R$ 63.291,18 e ao final de 20 anos, terá R$ 293.901,45”, calcula.

A estimativa não leva em conta os gastos que um fumante terá nesse período com problemas de saúde ocasionados pelo cigarro e com a perda de rendimento no trabalho em função do cansaço que esse vício proporciona. “O ato de fumar não faz só que o viciado perca dinheiro, o tabagismo gera uma despesa mundial de bilhões de dólares por ano, considerando os tratamentos das doenças relacionadas ao tabaco, às mortes de cidadãos em idade produtiva, ao maior índice de aposentadorias precoces, ao aumento no índice de falta ao trabalho e ao menor rendimento produtivo”, acrescenta.

Tabagismo é responsável por mais de 50 doenças

De acordo com a nova pesquisa da OMS, o tabagismo está relacionado a mais de 50 doenças, sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral. Além disso, o consumo do cigarro pode trazer uma série de problemas psicológicos e psiquiátricos que podem ocasionar vícios e transtornos, sendo até uma porta de entrada para consumo de outras drogas.

“Doenças relacionadas ao tabaco são a maior ameaça de saúde pública que o mundo já enfrentou.  Existem mais de 1 bilhão de fumantes no mundo.  O risco relativo de infarto do miocárdio é cinco vezes maior nos indivíduos fumantes abaixo de 50 anos e duas vezes maior em indivíduos fumantes com mais de 60 anos, quando comparados aos não fumantes”, afirma a médica Natália Aarão, dos Hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês.

A oncologista clínica do Grupo Oncologia D’Or, Tatiane Montella, corrobora. Para ela, os novos dados assustam, mas não surpreendem, já que o número de mortes relacionadas ao tabagismo aumentará ainda mais chegando a 8 milhões de mortes no ano de 2030. “Sabidamente o cigarro é a principal causa de morte evitável no Brasil e no mundo. Está diretamente relacionado às doenças cardiovasculares, atualmente a principal causa de morte no Brasil. Também tem implicação direta com as neoplasias, sendo a segunda razão para mortalidade da população brasileira. Vários são os tumores que têm o cigarro como principal fator de risco, como câncer de bexiga, câncer de cabeça e pescoço, câncer de pulmão e outros”, aponta a oncologista.

Ainda segundo ela, das neoplasias, o câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil e no mundo. “Cerca de 80% dos pacientes com esse diagnóstico são tabagistas ou ex-tabagistas. Trata-se de uma doença de alta morbidade e letalidade que atinge uma população economicamente ativa e que tem um tratamento de alto custo”, ressalta.  Para a oncologista, os resultados deste estudo devem reforçar e impulsionar as políticas anti-tabagismo, principalmente em países como o Brasil. “Trata-se de uma questão de saúde publica e também de economia global”, explica.

Reinaldo Domingos, presidente da Abefin,  explica ainda que o cigarro também faz com que os governos tenham menos dinheiro para investir em outras áreas da saúde, o que garantiria uma maior longevidade à toda população. “Agora, se você é fumante, imagine: como você estará daqui a 30 anos se continuar a fumar? Sua saúde estará boa? Quanto você terá gasto?”, provoca o especialista. “Mas, se as pessoas pararem de fumar hoje e investirem esse dinheiro, daqui a 30 anos, além de terem uma qualidade de vida muito maior, ainda terão uma boa reserva financeira. Será que não vale realmente a pena parar de fumar?”, desafia.

Veja mais dados sobre a pesquisa da OMS

O  relatório da OMS traz dados sobre eficácia das políticas para controlar o uso do tabaco. Confira algumas das principais conclusões:

  • Cerca de 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo por causa do hábito de fumar e a maioria destas pessoas vivem em países em desenvolvimento.
  • O tabagismo custa à economia global cerca de US$ 1 trilhão por ano em despesas de saúde e perda de produtividade;
  • O custo estimado supera em mais de 3 vezes o que é arrecadado em impostos sobre o fumo;
  • Atualmente, há 1,1 bilhão de fumantes no mundo, segundo a OMS. 4 em cada 5 pessoas vivem em países de baixa ou de média renda, correspondendo a 80%;
  • O número de mortes relacionadas ao tabaco deve aumentar de 6 milhões de pessoas por ano para cerca de 8 milhões até 2030, isso se nada for feito.

Fonte: OMS, com assessorias

 

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